sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Sobre motivação: o pulo do gato! [parte II]



A Absoluta Importância do Motivo
Por Arthur W. Pink

A prova pela qual toda conduta será finalmente julgada é o motivo.

Como a água não pode subir mais alto do que o nível da sua fonte, assim a qualidade moral de um ato nunca pode ser mais elevada do que o motivo que o inspira. Por esta razão, nenhum ato procedente de um motivo mal pode ser bom, ainda que algum bem pareça resultar dele. Toda ação praticada por ira ou despeito, por exemplo, ver-se-á, afinal, que foi praticada em favor do inimigo e contra o reino de Deus.

Infelizmente, a atividade religiosa possui tal natureza, que muito desse tipo de atividade pode ser realizado por motivos maus, como a raiva, a inveja, a ambição, a vaidade e a avareza. Toda atividade desse tipo é essencialmente má e como tal será avaliada no Julgamento. Nesta questão de motivos, como em muitas outras, os fariseus dão-nos exemplos claros. Eles continuam sendo o mais triste fracasso religioso do mundo, não por causa de erro doutrinário, nem porque eram pessoas de vida abertamente dissoluta. Todo o problema deles estava na qualidade dos seus motivos religiosos. Oravam, mas para serem ouvidos pelos homens, e, deste modo, o seu motivo arruinava as suas orações e as tornava inúteis e, realmente, más. Contribuíam para o serviço do templo, porém, às vezes, o faziam para escapar do seu dever para com os seus pais, e isto era um mal, um pecado.

Os fariseus condenavam o pecado e se levantavam contra ele, quando o viam-nos outros, mas o faziam motivados por sua justiça própria e por sua dureza de coração. Isso caracterizava quase tudo o que faziam. Suas atividades eram cercadas por aparência de santidade; e essas mesmas atividades, se fossem realizadas por motivos puros, seriam boas e louváveis. Toda a fraqueza dos fariseus estava na qualidade dos seus motivos. Isto não é uma coisa insignificante — é o que podemos concluir do fato de que aqueles religiosos formais e ortodoxos continuaram em sua cegueira, até que finalmente crucificaram o Senhor da glória, sem qualquer noção da gravidade do seu crime.

Atos religiosos praticados por motivos vis são duplamente maus — maus em si mesmos e maus porque são praticados em nome de Deus. Isto equivale a pecar em nome dAquele Ser que é impecável, a mentir em nome dAquele que não pode mentir e a odiar em nome dAquele cuja natureza é amor. Os crentes, especialmente os muito ativos, freqüentemente devem separar tempo para sondar a sua alma, a fim de certificarem-se dos seus motivos. Muito solo é cantado para exibição; muitos sermões são pregados para mostrar talento; muitas igrejas são fundadas como um insulto contra outra igreja. Mesmo a atividade missionária pode tornar-se competitiva, e a conquista de almas pode degenerar, tornando-se uma espécie de marketing eclesiástico, para satisfazer a carne. Não esqueçam: os fariseus eram grandes missionários, e rodeavam o mar e a terra para fazer um converso.

Um bom modo de evitar a armadilha da atividade religiosa vazia é comparecer diante de Deus, sempre que possível, com a nossa Bíblia aberta em I Coríntios 13. Esta passagem, embora seja considerada uma das mais belas da Bíblia, é também uma das mais severas dentre as que se acham nas Escrituras Sagradas. O apóstolo toma o serviço religioso mais elevado e o consigna à futilidade, se não for motivado pelo amor. Sem amor, profetas, mestres, oradores, filantropos e mártires são despedidos sem recompensas.

Resumindo, podemos dizer que, aos olhos de Deus, somos julgados não tanto pelo que fazemos e sim por nossos motivos para fazê-lo. Não “o quê” mas “por quê” será a pergunta importante que ouviremos, quando nós, crentes, comparecermos no tribunal, a fim de prestarmos contas dos atos praticados enquanto estávamos no corpo.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Madonna está com Jesus, o outro!


"Madonna, a rainha do pop, conheceu Jesus enquanto realizava sua turnê aqui no Brasil. Madonna está apaixonada por Jesus." Frases como essa têm chamado minha atenção. A pop star Madonna (50 anos) está tendo um caso (o que os famosos chamam de "affair") com o modelo Jesus (22 anos). E a imprensa - que não perde tempo pra nada, não é verdade? - descobriu que o rapaz tem origem evangélica! A origem cristã do rapaz, seu nome e caso com a estrela do pop dão pra blogar alguma coisa interessante.

Religiosa (mas quem não é?), simpatizante da Cabala, polêmica, ativista, sensual, cinqüentona (a nova ortografia retirou o trema, mas eu não!)... Surpreendente! Há quem diga que estar perto de gente assim é o segredo do sucesso! O rapaz segurou essa grande oportunidade: muito mais que amigo, tornou-se (o mais novo) namorado da musa. "Rapaz de sorte!" - diriam aqueles que querem porque querem virar uma celebridade.

E que "sorte"! O modelo Jesus está "abusando" da teoria dos 15 minutos, de que cada um de nós terá a oportunidade de ter seus 15 minutos de fama/reconhecimento. Sua mãe é evangélica... Ah! Você sabe, né? Filho de peixe, peixinho é. Mas, filho de crente... Nem sempre crentinho é! Não torço pelo fim do namoro pop. Mas, fico a pensar no coração humano (mesmo sem ser cardiologista). Coração que bate por afeto, atenção, carinho... Para contrariar os "românticos", discordo que o verbo amar se refere a um sentimento. Não! Pra mim, amar é mais que isso: é um comportamento.

Fico a pensar nesses relacionamentos (se é que os posso chamá-los de re-la-ci-o-na-men-tos) que são frutos de um sentimento e nada mais. Creio que há uma compreensão errada do que é amar. Quando a bíblia diz que devo amar o meu próximo como a mim mesmo, não está simplesmente constatando que me amo e devo amar o meu próximo. Não, isso seria algo muito superficial pra um livro que trata de questões tão profundas como a bíblia! Da mesma forma, quando as Escrituras dizem que devo amar meu inimigo, ela não está querendo acabar com meu senso crítico e tornar-me um masoquista. Pelo contrário, ela me ensina que amar é usar a razão e não depender de um sentimento. Porque o sentimento pode variar "na véspera", de acordo com as "condições naturais de temperatura e pressão" (CNTP). Comportamento, no entanto, é uma decisão, escolha racional: amo e pronto.

Temos mais facilidade em perdoar a nós mesmos do que a quem nos feriu, não é verdade? Isso porque insistimos que amar é um sentimento e não uma decisão. Pensando assim, não compreendemos que amar é "ágape" (o mesmo verbo utilizado por Paulo, o apóstolo dos gentios, em I Coríntios 13). Vale lembrar que, quando o "perito da lei" pergunta a Jesus (o Cristo) quem é o seu próximo, Cristo não responde prontamente cheio de detalhes as características do "próximo". Antes, apresenta a parábola do bom samaritano - para o desgosto dos religiosos que sentiam nojo do povo de Samaria, Jesus (o Cristo) demonstra que o samaritano amou o próximo.

Certamente, quando o sentimento ("fogo") do "casal pop" diminuir, a escolha de continuar junto ou não se apresentará. Nesse balaio todo, lembro de como iniciei meu relacionamento com Deus. Outra vez, para contrariar os "românticos", não tive nenhuma sensação diferente; nem por isso, duvido de minha conversão. Tive um encontro com Jesus (o Cristo) pela fé, fruto de Sua graça! Preciso admitir que durante minha caminhada com Jesus (o Cristo) sou tentado a trocar a fé por uns arrepios... Às vezes, até sinto uma atmosfera diferente, mas não posso - nem quero - ser refém de um sentimento.

Pois então... Madonna está com Jesus, o outro. Seu encontro se deu no Brasil, durante a "STICKY & SWEET TOUR" (nome de sua turnê). Oro pra que ela se econtre com Jesus, o Cristo. Esse, sim, é o modelo a ser seguido. Não o de braços fortes, peitoral definido, barriga enxuta e sensações (temporárias) de prazer... Mas, o de caráter transformado e que proporciona prazer em todas as circunstâncias. Isso se chama graça! Jesus, o modelo de vida! Porque amor é decisão, renúncia, cuidado, serviço, doação. Amor é um princípio! Amor é uma pessoa: Deus é amor. Amar é um verbo de ação e não de estado, ou melhor, é o Verbo que se fez pessoa: Jesus Cristo. E nossos relacionamentos? São baseados em qual modelo? O Jesus "ágape" (o Cristo) ou o Jesus "sentimental" (o outro)?

"Quando ele me chamou/ Não fez promessas/ Humanamente convincentes/ Nada que me enchesse os olhos/ Apenas disse que me faria um pescador/ Mas pescador de peixes eu sou/ E na verdade há muitos outros como eu/ Nós pescamos coisas distintas/ E mesmo que você não sinta /Tua vida algo vai buscar." (Pescador - Grupo Logos)

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Por que não se cala?

Artigo legal do Ziel Machado (30/06/2008 - Cristianismo Hoje): A crítica como uma forma de edificar a igreja. Portanto, antes de sair criticando algo que te desagrada, te aconselho a ler este artigo.

A pergunta do rei Juan Carlos de Espanha ao presidente venezuelano Hugo Chávez, na Cúpula Ibero-Americana realizada no Chile, em novembro passado, já foi imortalizada no folclore político. O constrangimento daquela situação chamou minha atenção para a necessidade de se qualificar a crítica quanto a seu conteúdo, sua forma, motivação e momento. Quatro elementos que, quando não são tomados em conta, podem desqualificar até mesmo uma crítica justa.

Fiquei pensando na forma como hoje se critica este segmento da sociedade denominado Igreja Evangélica. Em muitos casos, as críticas públicas que se fazem a ela estão impregnadas de uma visão ingênua sobre a ambigüidade dos projetos e realizações humanas, como se a tarefa de fazer a distinção entre o trigo e o joio fosse algo fácil. Outras vezes, o esforço crítico está impregnado de ressentimento, sem falar em personalidades narcisistas, suportadas por grupos de narcisistas complementares que encarnam o espírito cruzadista moderno.

A alternativa à crítica inadequada não é a ausência de contestação, mas sim, sua qualificação em conteúdo, momento, motivação e forma. O Senhor Jesus nos deu o exemplo. A forma como se dirige às sete igrejas da Ásia, no Apocalipse, oferece-nos uma excelente perspectiva de como reconhecer e afirmar o que é bom; ao mesmo tempo, indica o que deve ser corrigido. É bom lembrar que a descrição da situação de cada uma daquelas comunidades cristãs, e a exposição de seus respectivos problemas, não impediram o Senhor de chamá-las de “minhas igrejas”. A literatura apocalíptica tem por finalidade colocar o momento presente à luz da perspectiva das realidades, ainda não vistas, do futuro, assim como de colocar o momento presente à luz das realidades, não vistas, do presente.

Portanto, aquele que anda no meio de sua Igreja e que conhece suas obras primeiro se apresenta de forma distinta a cada congregação em particular. Em seguida, revela seu conhecimento de cada situação – elogia o que deve ser elogiado e critica o que deve ser criticado; chama ao arrependimento e alerta para as conseqüências dos erros; adverte cada uma e termina com promessas. Fico me perguntando: o que nos quer comunicar o Senhor por meio desta estrutura? Aproximadamente 60 anos após a morte e ressureição de Jesus, sua Igreja enfrentou uma crise cristológica. As comunidades descritas no Apocalipse esqueceram aspectos importantes de seu Senhor e se tornaram parecidas com o que se via no seu entorno social.

Por esta razão, o Senhor decide enviar uma carta aos seus servos, e o faz por meio de seu servo João. Este, exilado na Ilha de Patmos, recebe a revelação – e a partir dali, o Filho de Deus expressa suas impressões sobre diversas congregações, com o conhecimento de quem “conhece suas obras”. Foram críticas mais que legítimas, portanto. Em que contexto nascem as nossas críticas? Será que as mesmas expressam toda a reverência devida àquele que “anda no meio da igreja e conhece as suas obras’? Será que nossa crítica ao Corpo de Cristo hoje pode ser vista como expressão de adoração ao Senhor da Igreja? Será que ela nasce de uma íntima relação com o Senhor ou apenas dos nossos limitados pontos de vista? Como poderíamos depurar nossa crítica através do conhecimento que só aquele que anda no meio de sua Igreja dispõe? Talvez, enquanto não nos seja possível responder de forma adequada a tais indagações diante do Senhor que também conhece nossas obras, o melhor seja considerar a pergunta do rei de Espanha: “Por que não se cala?”


Ziel J.O. Machado é historiador, membro da equipe pastoral da Igreja Metodista Livre Nikkei - Saúde, em São Paulo e professor da Faculdade de Teologia Metodista Livre de São Paulo. É Secretário Regional de IFES (ABU) para América Latina. Casado e pai de três filhos.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Evangelho n'ativa!

Dia desses, voltando pra casa de ônibus, ouvi uma canção bastante tocada nesses últimos dias [sem o sentido escatológico, necessariamente]: “Faz um milagre em mim”. Uma linda canção! Já tinha ouvido falar que a música se encontrava nas paradas de sucesso da rádio NATIVA FM, uma estação bastante popular [bastante mesmo!] aqui no Rio. Portanto, sabia que a qualquer momento ouviria tal canção, enquanto voltasse pra casa. Motoristas de ônibus curtem NATIVA, reparou? Ainda assim, me “espantei” por ter ouvido tal música numa rádio não-evangélica...
["Entra na minha casa!"]

O cantor Regis Danone... Digo, Regis Danese é o intérprete da “canção-mania”. Talvez, por ter sido integrante do grupo [secular] Só Pra Contrariar, seja o motivo de toda repercussão. Outro cantor muito querido pelo povo [que o digam os vendedores da Uruguaiana!] é o irmão Lázaro, ex-Olodum. Como no parágrafo supracitado [sempre quis escrever isso...], ouvi a “música do Zaqueu”, enquanto voltava pra casa, sentado no ônibus 422 – Mauá; para meu “espanto”, a música que tocou a seguir não era da Cassiane, Lagoinha, Fernanda Brum, Hillsong... Isso porque se tratava de uma rádio não-evangélica, embora tivesse acabado de tocar uma música com letra cristã.

["Entra na minha vida!"]

Enquanto a música do Danette... Oops! Enquanto a música do Danese tocava, uma jovem que se encontrava num banco atrás de mim dizia: “Essa música é linda! Estou desviada do Evangelho... Sei que preciso voltar.” Essa frase chamou minha atenção. O Dan’up... Ou melhor, o Danese não é meu “cantor-evangélico-preferido”. Gostaria de ouvir o João Alexandre, Gerson Borges, Jorge Camargo e outros “monstros” da música evangélica [que muitos, infelizmente, desconhecem]! Intérpretes que, desde criança, aprendi a gostar! E você? Pense no seu grupo/cantor preferido. Não seria emocionante? Mas, quer saber? Não vou, nem quero ser papagaio e ficar repetindo o que muitos vêm dizendo por aí.

["Mexe com minha estrutura!"]

Espero que não seja o seu caso, mas se você – querido leitor – esperava que eu malhasse o Danese [acertei!] e/ou sua “canção-mania”, se enganou. É melhor parar por aqui ou continuar lendo pra tirar suas conclusões [sugiro a segunda opção]. Pois bem... Não acho que o fato da canção estar na boca do povo seja uma banalização do Evangelho ou coisa parecida. Quem disse que o Evangelho tem que ficar trancado numa biblioteca de monges, numa livraria para intelectuais, num templo para cristãos esclarecidos? Não leio isso na bíblia... Aliás, uma das primeiras conquistas da Reforma Protestante foi a popularização do Evangelho [por que a bíblia tão-somente para o clero? Por que o culto em latim? – indagava Lutero. Sabe-se que o tal monge não foi tão “salvador da pátria" assim... Mas este é um outro post. E quem sou eu pra falar do Lutero. O camarada deu a cara a tapa, não é mesmo?].

["Sara todas as feridas!"]

Não digo que a popularização de músicas evangélicas seja um indício de avivamento em nossa nação. De forma alguma! Na terra do tio Sam, bandas evangélicas são tocadas em rádios seculares; mesmo assim, os ianques necessitam de um revival! Por outro lado, não vejo motivo de tanto “não aguento mais!” por parte de alguns dos meus irmãos de fé, no que diz respeito a popularização da “música do Zaqueu”. Não sou “avivólogo”[permitam-me o neologismo, por favor], mas – repito – não creio estarmos diante de um avivamento, nem vejo razão para que façam careta quando temos um canção evangélica em rádio secular.

["Me ensina a ter santidade!"]

Recentemente, um amigo me disse algo interessante sobre o fim de festa [“saideira”] dos seus vizinhos: “Depois de toda bebedeira, Alexandre, eles se abraçaram e cantaram: ‘Entra na minha casa/ Entra na minha vida/ Mexe com minha estrutura/ Sara todas as feridas/ Me ensina a ter santidade/ Quero amar somente a Ti/ Porque o Senhor é o meu bem maior/ Faz um milagre em mim.’” Sem dúvida, é algo cômico: bêbados abraçados cantando música evangélica, sobretudo com uma letra dessas! Mas, por que não se emocionar diante de tal convite: “Faz um milagre em mim!”. Quem sabe, Deus cansou de ouvir nossas [falsas] declarações de amor e inclinou seus ouvidos para os “pinguços” que o louvam sinceramente? Não me arrisco a dizer que todos cantam da boca pra fora...

["Quero amar somente a Ti!"]

Dizemos que somos ecléticos, que “Deus vê o coração”... Nosso pé atrás em relação à artistas que se convertem, por exemplo, não podem se justificar porque elegemos a “rainha do rebolado” como uma falsa evangélica – aquela do “piri-piri-piri...”. Há conversões genuínas! É Deus quem sonda o coração e são os frutos que denunciam a qual árvore pertencem [no seu devido tempo]. Deu pra notar que não me preocupo em separar “cristãos” de “evangélicos”. Considero uma meninice essa divisão entre “evangélicos” e “cristãos”. Como se a tarefa de separar o joio do trigo [se fosse esse o caso...] competisse a nós – os “esclarecidos”! É como se o João Alexandre fizesse música para os “cristãos” [leia-se: os esclarecidos, intelectuais...] e o Danese fosse o cantor dos “evangélicos” [leia-se: a massa, os manipulados...]. Quanta arrogância, não? [tsc, tsc, tsc...] Um corpo dividido! Ah, quer saber? Não vejo a hora de ouvir os ex-pinguços cantarem: “Eu sou de Jesus! Eu sou de Jesus! Eu sou de Jesus!” [irmão Lázaro, “cantor popular”]. Por quê? “Porque todo mundo é pródigo!” [Gerson Borges, “cantor cult”].

["Porque o Senhor é o meu bem maior!"]

Repito: Prefiro João Alexandre e Cia, mas deixem o Danese cantar! Dessa forma, aprendamos com Paulo – apóstolo dos gentios – que, embora tenha sido aluno de Gamaliel, uniu muito bem [obrigado!] o “popular” ao “cult” [e vice-versa] de sua época.

["Faz um milagre em mim!"]

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

"A gente somos inútil!" [parte II]


Colegas são perfeitos. Amigos não têm super-poderes.

Colegas discutem quem nasceu primeiro: "o ovo ou a galinha?". Amigos comem galeto com farofa no bar.

Colegas são certinhos. Amigos são autênticos.

Colegas pedem um copo d'água. Amigos podem abrir sua geladeira.

Colegas são pragmáticos. Amigos são simples.

Colegas têm sempre um pé atrás. Amigos não têm medo de errar.

Colegas são apresentados. Amigos se apresentam [e são presenteados!].

Colegas precisam provar sua amizade. Amigos provam natural e espontaneamente [às vezes, nem se dão conta de que fizeram uma linda prova de amizade!].

Colegas são passageiros. Amigos são comissários de bordo.

Colegas contam vantagem. Amigos dão gargalhadas pela última gafe [enquanto comem o galeto com farofa no bar. - Uma coca bem gelada, por favor!].

Colegas precisam prender a vontade de arrotar, quando tomam coca-cola. Amigos fazem concurso de arroto...

Colegas têm medo de perder a amizade. Amigos são amigos e pronto!

Colegas te dão abraço de urso no Orkut, quando tudo vai [aparentemente] bem. Amigos te dão um soco de canguru, quando descobrem que você tem vacilado; depois, dizem: "Foi pro seu bem. Gosto de você!".

Colegas abandonam o navio, quando o mar está revolto. Amigos aproveitam as ondas pra surfarem juntos.

Colegas são politicamente corretos. Amigos são subversivos: não seguem cartilha, formulário, agenda, ata...

Colegas têm o pé no chão. Amigos têm o pé nas nuvens [ousam sonhar!].

Colegas se preocupam mais com o "quê". Amigos se preocupam mais com o "como" [e como!].

Colegas são previsíveis. Amigos são surpreendentes.

Colgas são ponto e vírgula. Amigos são reticências...

Colegas continuam discutindo quem nasceu primeiro: "o ovo ou a galinha?". Amigos comem coxa de galinha sem garfo e faca.

Colegas são úteis. Amigos são inúteis.

"A amizade é um tesouro, e só a possuem aqueles que estão dispostos a vender todo o patrimônio para ter o prazer de curtir livremente a sua grande descoberta." [Pr. Aramis Brito]

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Quando o ministério vira um negócio...



Se apenas uma oração me restasse, pediria a Deus: “Pai, não permita que eu perca a simplicidade do Evangelho”. Tenho orado assim... Não, isso não é uma reza. Não estou propondo “regra de três” pra falar com Deus. Ah, sim! Claro que desejo muita coisa e um pouco mais... Porém, quero que meus desejos estejam submissos ao Cristianismo puro e simples. Porque a simplicidade do Evangelho nos alegra e cativa as pessoas que estão a nossa volta. Não quero me deixar levar por essa correria que tem tomado conta de nosso pasto, incluindo os movimentos religiosos alternativos – o que não me assusta, porque ainda que sejam “alternativos”, são “religiosos”.

Lendo os Evangelhos, precisamente, os três anos do ministério de Jesus, percebo o quanto Cristo se preocupou com gente. O recado a Simão Pedro foi pra que ele apascentasse suas ovelhas e não pra que montasse um ministério de não sei o quê. Com todos os problemas ocorridos na Igreja primitiva, os primeiros cristãos aprenderam direitinho com Cristo [e foi exatamente por isso que eles ganharam o apelido de “cristãos”. Eram parecidos com o Cristo, ora!]. Igreja primitiva... Acho que somos mais primitivos que eles!

Convido você a [re] ler do versículo 42 ao 47 do Livro de Atos: útero da igreja cristã [quando não havia batistas, presbiterianos, metodistas, assembleianos, católicos, ortodoxos, neopentecostais, cristãos undergrounds, “visão celular”, “igreja com propósitos”, igreja sem propósitos, oficina G12...]. No princípio da Igreja cristã, a Igreja era cristã e ponto. Não lemos, por exemplo, uma descrição detalhada [com pormenores] de como era a reunião dos cristãos pra ganharem novos crentes. Não lemos versículos em que os primeiros cristãos discutiam qual seria o nome da festa evangelística que iria “impactar” toda a região.

Não estou propondo um movimento anarco-protestante! Creio que era uma igreja organizada, sim! Porém, não enxergo uma Igreja refém da agenda. Os primeiros cristãos não tinham uma cartilha de “como se relacionar com o próximo”. Simplesmente se relacionavam, “caíam na graça do povo”. Isso mesmo! Os cristãos “primitivos” eram simpáticos, engraçados! Cá entre nós, eu os imagino na pracinha da cidade conversando com as pessoas, jogando dominó, organizando um campeonato de futebol com a vizinhança... Evangelismo? Sim, natural e espontaneamente. Sem momentos específicos... Falavam de Jesus a qualquer momento... E até mesmo sem abrirem a boca. O comportamento falava mais alto que os versículos decorados. Reparou que na maioria das vezes em que conversamos com os "do mundo" é porque estamos num projeto missionário?

Acredito que nossos ministérios viram um negócio quando desprezamos a simplicidade do Cristianismo... Nossos eventos devem ser um pretexto pra que façamos aquilo que deve ser nosso estilo de vida. Caso contrário, será mais uma tarefa. Como um trabalhador que assina seu cartão de ponto e executa suas tarefas do dia, corremos o risco de transformarmos algo tão dinâmico que é o Reino de Deus numa série de funções. Domingo: ir à igreja; segunda-feira: reunião de líderes; terça-feira: reunião de oração pelo congresso do poder; quarta-feira: culto das causas impossíveis; quinta-feira: reunião de oração; sexta-feira: vigília da conquista; sábado: culto da juventude. Aviso: qualquer semelhança com qualquer igreja não é mera coincidência.

Quem sou eu para os meus vizinhos? Quem sou eu para os meus amigos de faculdade? Quem sou eu para os meus professores? Quem sou eu para os “não-alcançados”? [sem ir à janela 10/40 ou a um país pobre, necessariamente...]. E não vale aquele papo de que “somos perseguidos”, por favor! O Brasil está longe de tal perseguição! Como anda nossa “liturgia”? Somos criativos, engraçados, simpáticos ou enfadonhos, mal-humorados, chatos? Talvez a nossa “perseguição” tenha um bom motivo, não é mesmo? Não proponho modelos de criatividade, simpatia, graça... Porque nossa simpatia é natural. Pelo menos deve ser. Não me assusto quando vejo pessoas saindo das igrejas e indo para o mundo... Não mesmo! Fico triste... Agora, assustado? De forma alguma. “Ele (a) era tão envolvido com o ministério!” Disseste bem... Era envolvido com o ministério, mas não pelo Deus do ministério. E antes de tacar as pedras... Se eu não vigiar, sou o próximo. Por isso: "Pai, não permita que eu perca a simplicidade do Evangelho”.

“Jesus disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas.” [João 21: 17]

domingo, 1 de fevereiro de 2009

santificAÇÃO



Fomos gerados para o Teu louvor
Santificados para Te adorar

Quero dançar em Tua chuva
Quero beber de Teus rios
E mergulhar no oceano da adoração

Minh' alma tem sede de Ti
Quero rasgar meu coração
Teu fogo queimando o meu ser, meu interior

Fala comigo, Senhor
Conte comigo até o fim
Fala comigo, Senhor
Quero ser santo diante de Ti

Aviva-me, transforma-me
Quero ser santo diante de Ti

"Aviva-nos, Senhor! Eis nossa petição. Ateia o fogo do alto céu em cada coração!" [Avivamento - 171 Cantor Cristão]