"O que você vai ser quando crescer?". Quando era criança, respondia: jogador de futebol... Quando virei um rapazinho, assistindo ao Plantão Médico - seriado que passava na Globo, aos domingos -, respondia: médico (do tipo aventureiro, sabe?)... Quando era adolescente, queria impactar o mundo; por isso, respondia: ajudar as pessoas. A verdade é que pra ajudar as pessoas, a gente não precisa ser "doutor". Descobri que eu queria estudar a história da sociedade; a partir daí, analisar as relações/interações sociais ao longo do tempo, através da cultura dos povos. Bem... essa foi uma tentativa de explicar a razão de ter escolhido cursar Ciências Sociais. A verdade é que até hoje vou achando outras explicações... Sou feliz! Ciências Sociais é um curso que me faz aplicar o que estudo em sala de aula no meu cotidiano.
A sociologia, uma das ramificações das Ciências Sociais, apresenta diferentes "pontos de vista" acerca da presença dos indivíduos em sociedade. Com vocês, os três porquinhos da sociologia: Durkheim, Marx e Weber. Para Durkheim, os indivíduos são como um organismo: para seu bom funcionamento, devem prezar pela solidariedade, a fim de que o "corpo social" não adoeça (anomia). Marx - o mais revoltado de todos - denuncia uma desigualdade econômica entre os indivíduos: uns comem caviar e outros, o que vier. Impossível haver uma "solidariedade", enquanto os meios de produção não forem compartilhados. Abre parêntesis. Direitos Humanos só existe na faculdade de Direito... Fecha parêntesis. O que dizer do pensamento dominante? Segundo Marx, as condições materiais determinam as formas de pensar. No entanto, outro pensador surge em cena, criticando a visão dogmática marxista acerca do imaginário humano. Surge Max Weber (palmas pra ele!). Com uma proposta de considerar a realidade plural, inapreensível, dinâmica... Weber postula que os indivíduos devem ser compreendidos por seus significados partilhados. A retórica marxista de dominados versus dominadores recebe uma baita crítica no clássico "Ética protestante e o espírito do capitalismo". Como criticar o serviço numa categoria que o relaciona como elemento que dignifica o homem?
Weber é um camarada bastante utilizado pela Antropologia, bem como outras disciplinas que buscam entender a diversidade cultural. Atualíssimo, me faz entender o comportamento "cordial" dos brasileirinhos. Nosso "jeitinho" foi (profeticamente) estudado pelo teórico, quando destacou as características do patrimonialismo. O embaralhamento das esferas pública e privada se apresenta como elemento constitutivo de nossa identidade nacional (quer você queira ou não, caro leitor) - como destaca Sérgio Buarque de Holanda, em Raízes do Brasil. A gente corre o risco de achar que tudo é o quintal de nossa casa. Os exemplos mais lembrados se referem aos engravatados de Brasília, quando desviam dinheiro público para suas polpudas contas bancárias (privadas). Mas, antes de pensar nos outros, por que não penso em meu patrimonialismo de cada dia? Um estágiário que imprime um documento no ambiente de trabalho está exercendo um comportamento patrimonialista? E se for estudante de Ciências Sociais e leitor de Weber? Muito prazer. Dia desses, após imprimir um documento, onde faço estágio, me dei conta disso (com o papel ofício em mão). Sem representar um falso moralismo (os filmes da Sessão da Tarde já fazem isso muito bem, obrigado!), te convido a refletir comigo. "Isto aqui, ô ô, é um pouquinho de Brasil, iá iá!"
4 comentários:
Ah, estagiário... espero que não esteja usando a net do estágio tb.
rsrrs
bjks
...
Pois é!
Sobre os três porquinhos da sociologia, foi uma tentativa de resumí-los. Não levem tão a sério assim o que escrevi sobre eles! São sofisticados demais da conta, sô!
Fala ae Sucesso!
hehehe..bom saber..enquanto não estiver estagiando, se precisar imprimir algo, já tenho a quem recorrer...heehe..
"brasileiro não desiste nunca" hehehe...
abs
Érico
=)
faloooouuu...
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