sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Sobre motivação: o pulo do gato! [parte II]



A Absoluta Importância do Motivo
Por Arthur W. Pink

A prova pela qual toda conduta será finalmente julgada é o motivo.

Como a água não pode subir mais alto do que o nível da sua fonte, assim a qualidade moral de um ato nunca pode ser mais elevada do que o motivo que o inspira. Por esta razão, nenhum ato procedente de um motivo mal pode ser bom, ainda que algum bem pareça resultar dele. Toda ação praticada por ira ou despeito, por exemplo, ver-se-á, afinal, que foi praticada em favor do inimigo e contra o reino de Deus.

Infelizmente, a atividade religiosa possui tal natureza, que muito desse tipo de atividade pode ser realizado por motivos maus, como a raiva, a inveja, a ambição, a vaidade e a avareza. Toda atividade desse tipo é essencialmente má e como tal será avaliada no Julgamento. Nesta questão de motivos, como em muitas outras, os fariseus dão-nos exemplos claros. Eles continuam sendo o mais triste fracasso religioso do mundo, não por causa de erro doutrinário, nem porque eram pessoas de vida abertamente dissoluta. Todo o problema deles estava na qualidade dos seus motivos religiosos. Oravam, mas para serem ouvidos pelos homens, e, deste modo, o seu motivo arruinava as suas orações e as tornava inúteis e, realmente, más. Contribuíam para o serviço do templo, porém, às vezes, o faziam para escapar do seu dever para com os seus pais, e isto era um mal, um pecado.

Os fariseus condenavam o pecado e se levantavam contra ele, quando o viam-nos outros, mas o faziam motivados por sua justiça própria e por sua dureza de coração. Isso caracterizava quase tudo o que faziam. Suas atividades eram cercadas por aparência de santidade; e essas mesmas atividades, se fossem realizadas por motivos puros, seriam boas e louváveis. Toda a fraqueza dos fariseus estava na qualidade dos seus motivos. Isto não é uma coisa insignificante — é o que podemos concluir do fato de que aqueles religiosos formais e ortodoxos continuaram em sua cegueira, até que finalmente crucificaram o Senhor da glória, sem qualquer noção da gravidade do seu crime.

Atos religiosos praticados por motivos vis são duplamente maus — maus em si mesmos e maus porque são praticados em nome de Deus. Isto equivale a pecar em nome dAquele Ser que é impecável, a mentir em nome dAquele que não pode mentir e a odiar em nome dAquele cuja natureza é amor. Os crentes, especialmente os muito ativos, freqüentemente devem separar tempo para sondar a sua alma, a fim de certificarem-se dos seus motivos. Muito solo é cantado para exibição; muitos sermões são pregados para mostrar talento; muitas igrejas são fundadas como um insulto contra outra igreja. Mesmo a atividade missionária pode tornar-se competitiva, e a conquista de almas pode degenerar, tornando-se uma espécie de marketing eclesiástico, para satisfazer a carne. Não esqueçam: os fariseus eram grandes missionários, e rodeavam o mar e a terra para fazer um converso.

Um bom modo de evitar a armadilha da atividade religiosa vazia é comparecer diante de Deus, sempre que possível, com a nossa Bíblia aberta em I Coríntios 13. Esta passagem, embora seja considerada uma das mais belas da Bíblia, é também uma das mais severas dentre as que se acham nas Escrituras Sagradas. O apóstolo toma o serviço religioso mais elevado e o consigna à futilidade, se não for motivado pelo amor. Sem amor, profetas, mestres, oradores, filantropos e mártires são despedidos sem recompensas.

Resumindo, podemos dizer que, aos olhos de Deus, somos julgados não tanto pelo que fazemos e sim por nossos motivos para fazê-lo. Não “o quê” mas “por quê” será a pergunta importante que ouviremos, quando nós, crentes, comparecermos no tribunal, a fim de prestarmos contas dos atos praticados enquanto estávamos no corpo.

7 comentários:

Anônimo disse...

Fala Alexandre,

Profundo o texto!! De uma certa forma, uma boa paulada (mas com um motivo certo!!, hehehe)...

Enquanto lia este texto, me vinha na mente pensamentos do tipo: "Por isso q no Antigo Testamento, Deus mandava matar povos inteiros, olhando "de cara" parecia uma atitude severa, mas Deus tinha um motivo sublime, cumprir Suas promessas, julgar as iniquidades (q subiam até o céu, Sodoma e Gomorra)dos povos, preparar a terra p/ vinda do Messias, etc...

"Por isso q em provérbios, lemos, sobre como corrigir os filhos, fazendo uso da vara em alguns momentos, eis o motivo: livrar a alma do filho do inferno(Seol)"

E tantos outros pensamentos de situações da minha vida...os "por quês" e os "pra quês"..hehehe...

Quando o motivo for nossa glória, a nossa obra é de palha e madeira...e quando for p/ a Glória de Deus, a nossa obra é de ouro, prata e bronze...

Penso tb q além de ter um bom motivo, precisamos ter tb ação...p/ podermos ter uma motivação (motivo +ação) q nos levará aos planos de Deus!

Abs,
Érico

Robson Wellington disse...

érico eh um leitor apaixonado ou um blogueiro fera? haha zoando
bom o texto! apesar de achar que a gente vai sempre preferir as famosas evidências físicas aff

abraço!

robson wellington

Anônimo disse...

hahaha...a primeira opção é mais adequada robson!

abs!

Alexandre de Sá disse...

Eu já disse para o Érico criar um blog!

Que Deus nos ajude a termos uma boa motivação - o que Rick Warren chama de "vida com propósito".
:)

Abraço, gente!

Anônimo disse...

hehehe...vamos ver...

abs!

Angélica Abdon disse...

Como Levita devo levar esse texo como texto áureo quando subir no altar... é uma luta enorrme ! E os levistas tem ainda um a pedrinha a mais no sapato na caminhada...

'Se não tiver amor...

Ah! Como é bom me lebrar de que o Louvor Liberta, de que Deus age por nosso intermédio... através de nós !!

Aproveito e digo um Oi pra todo mundo !! Grande Beijo !!

Angélica Abdon disse...

Alexandre... acabo de comprar 'Alma Sobrevivente'... ainda no comecinho, mas jah com grandes expectativas...

Obrigada pela dica !!

Estou longe de ser uma expert.. admiro muito quem o seja.. Mas ler esta sua indicação me faz sentir fantástica ! Louvo à Deus por ti e por Yancey ! rsrs