segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Rapazes malhados e um por detrás das malhadas.

Dia desses, caminhando, me deparei com uma frase bem chamativa numa revista masculina. Não, não era a Playboy... Era uma revista sobre saúde masculina: Men's Health. Conhece? Pois bem... Era daquelas típicas frases de início e fim de ano: "Aproveite o verão com a barriga enxuta"... "Acabe com os pneuzinhos"... Foi mais um momento de boas gargalhadas, sozinho, na rua. Gargalhadas com um quê de indignação, sabe? Como as pessoas conseguem ser reféns dos padrões de beleza [belezacracia]! Quem me conhece, sabe como gosto de caminhar [e correr também!]. É bom demais! Caminhada e uns metros de corrida me dão mais disposição, vigor, ânimo... Faço isso diariamente, exceto aos domingos [meu shabat...] e quando volto às aulas [nesse caso, restam os sábados e feriados...].

Porém, e graças a Deus por isso, não sou escravo dessa regulação maluca que Foucault nomeia de biopoder [pelo menos, não quero]. Acredito que essa mega valorização do corpo tem raízes profundas no mundo das aparências; esse mundo é este mundo, nosso mundo. Triste, não? Mas é isso, aí! A necessidade de ser aceito faz o homem se guiar pelas aparências. É uma sociedade do espetáculo, meu caro. Sabe “ser versus ter”? Ih, essa guerrinha já não existe faz tempo! Porque se você não tem – advinha, só! – você pode aparentar ter. A nova temporada da Malhação – o Chaves da Rede Globo – está pra começar; com ela, você já sabe, aquelas personagens do mundo “faz de conta”: A Maricotinha que gosta do Roger, mas está grávida do Bob; o Bob que transou sem camisinha com a Maricotinha, mas passa o dia inteiro na praia pegando onda [e garotas! Como se nada tivesse acontecido...]; e por aí vai. Ah! Se o diretor quiser botar ação no enredo, o Bob será soropositivo; assim, a novela poderá “conscientizar a juventude a ter uma relação segura”.

Como já escrevi, a valorização das aparências tem raízes profundas. Voltemos, então, no tempo... Saul, um rei insano, embora ungido por Deus, se achava o rei da cocada preta. Até que o Deus de Israel troca uma idéia com Samuka [aquele que cresceu no templo com o sacerdote Eli porque sua mãe, quando estéril, havia feito uma aliança com Deus de consagrar seu filho...]. Era necessário outro rei. Um rei que fosse amigo de Deus, não um doido varrido [embora ungido, importante ressaltar!].

“Então disse o SENHOR a Samuel: Até quando terás dó de Saul, havendo-o eu rejeitado, para que não reine sobre Israel? Enche um chifre de azeite, e vem, enviar-te-ei a Jessé o belemita; porque dentre os seus filhos me tenho provido de um rei.” [I Samuel 16:1]

Atenção, senhores! Hora do desfile... Jessé Fashion Day [uma versão belemita do São Paulo Fashion Week]. Para o espanto de todos, Deus não havia escolhido nenhum dos parrudos/de “barriga enxuta” presentes... Como sempre, nos supreendendo! “[...] porque o SENHOR não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o SENHOR olha para o coração.” [I Samuel 16:7]. Mas não há ninguém? Onde está o rei prometido por Deus? Ah, tinha um rapaz [o caçulinha] por detrás das malhadas... Mas, cá entre nós, é pra ser rei ou pastor de ovelhas, seu Samuka? [nós e a nossa ajudinha pra Deus...]. Samuka, sem pestanejar, manda chamá-lo. Sem dúvida, esta é a cena que gostaria de presenciar: o pequeno Davi é ungido rei diante de seus familiares e, segundo as Escrituras, a partir daquele dia, o Espírito do SENHOR se apoderou dele.

Dá pra imaginar o óleo caindo sobre os cachinhos de Davi?! [sim, eu o imagino de cachinhos...]. Que cena! Que momento único! Certamente, Deus conhecia o coração daquele rapaz! [que, diga-se de passagem, não fazia idéia do que o SENHOR lhe reservava]. Essa história me fascina porque vejo um [o] Deus simples, que se apresenta de forma simples àqueles que têm um coração puro. Um Deus que me molda a fim de que eu seja um “homem perfeito, à medida estatura completa de Cristo.” [Efésios 4:13] – e não de acordo com a tal revista. Ah, quer saber? Espero, num dia desses em que eu estiver caminhando ou correndo, ler algo assim: “Aproveite todas as estações do ano com um coração puro” ou “Acabe com a desigualdade social”... Leitura Recomendada: o bom e velho Salmo 23.

“E buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes com todo o vosso coração.” [Jeremias 29:13]

Shalom! [bééé...]

P.S.: O blogueiro não está fazendo uma apologia ao sedentarismo. De forma alguma! [continuo caminhando, mas sem me preocupar com a fita métrica...].

13 comentários:

Carol disse...

Pow, Alexandre! Muito massa o texto. Só não gostei da comparação de Malhação com Chaves. O programa da Globo nem de perto tem a mesma qualidade! rsrs
Bjs!
Carol

Anônimo disse...

Fala ae Alexandre!
Muito massa esse seu novo texto!!(como todos os outros tb) Aliás, massa é um bom alimento para quem deseja ter um corpo enxuto,ou não? hehehehe...(melhor que o Big-Mac)

Mas, realmente, esse seu texto me fez recordar de um versículo: "Não julgueis segundo a aparência, mas sim pela reta justiça". (João7:24)

Abs,
Érico

Unknown disse...

Meu amigo!! Adorei a tua leitura e percepção, não apenas de uma frase da revsita mas acima de tudo, da vida!!
Um grande abraço!! E com certeza esse é o ano da nossa caminhada juntos!!

Rodrigo

Aldair R. Rios disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Aldair R. Rios disse...

Aldair R. Rios disse...
Sabe que fui a praia esses dias e fiquei com vergonha de tirar a camisa hehehehehehe, não estava em forma,...e isso me deixou frustrado, é como você expôs perfeitamente vivemos num sistema opressivo que dita as regras, como devemos nos vestir, o que temos que vestir, como temos que nos comportar e até mesmo o que devemos pensar e como pensar...Não é esse tipo de Vida que Deus tem para nós...não fomos chamados para a opressã...mas para a Liberdade sim...seu texto veio parar fortalecer ainda mais as minhas convicções sobre o assunto. Graça e paz amado

Visite meu blog:
www.reformaparaosnossosdias.blogspot.com

Robson Wellington disse...

Alexandre,

Eu estou cada vez mais preocupado com a fita métrica. Quero me preocupar mais com academia, moda, essas coisas... Apesar de compreender a idéia central, me senti na contramão do texto hahaha... Viva a diversidade!

Abraço!

Robson Wellington

Anônimo disse...

Gente, se Davi conseguiu vencer o estereotipo! Nos conseguiremos! haha

Alexandre de Sá disse...

E, sem dúvida, o nosso tempo (...) prefere a imagem à coisa, a cópia ao original, a representação à realidade, a aparência do ser... Ele considera que a ilusão é sagrada, e a verdade é profana.

FEUERBACH apud BAUDRILLARD, 1981.

J. disse...

Mew! Excelente texto! Sem exageros e extremismos. Que Deus continue te abençoando, e que essas bençãos retornem em muitos outros textos edificantes para nós! :-) Abraços!

Alexandre de Sá disse...

Obrigado, J.!

Como descobriu o blog? Volte mais vezes?

Abraços!

Alexandre de Sá disse...

Obrigado, J.!

Como descobriu o blog? Volte mais vezes?

Abraços!

J. disse...

Estava feliz da vida, lembrando-me de onde o Sr. me havia tirado. Então resolvi postar uma foto no orkut (http://www.orkut.com.br/Main#AlbumZoom?uid=17659259523919602318&pid=1261927437574&aid=1$pid=1261927437574). Só que na hr de colocar a legenda. queria colocar 1 Cr 17:7 mas achei muito pra mim. Então fui pesquisar na net algum texto similar. Por fim, achei a benção do seu blog. Fiz uma propaganda dele no meu twitter (jj_cpv) em 27/12 e deixei de legenda na foto o Salmo 113:7-8 parafraseado mesmo. História longa né? Vc perguntou... Abraços!

Anônimo disse...

adoração não é uma ocasião especial é um estilo de vida. perfeito o seu texto Deus abençoe.