quinta-feira, 7 de março de 2013

Enquanto releio o último tweet do Chávez…

Sério! Eu me sinto “o comunista” (e de boina!), quando leio alguns comentários nas redes sociais sem o menor esforço de contextualização das coisas… Ninguém precisa ser chavista para reconhecer que o governo Chávez esteve voltado a todo tempo paras as classes populares. E gente que nem é da classe méRdia (oi?) criticando! Sim, gosto de separar a classe média da méRdia. Não acho que seja ruim, necessariamente, pertencer à classe média. Ruim é restringir, por exemplo, a cidade do Rio aos bairros de Botafogo, Ipanema, Leblon… Ruim é considerar que São Gonçalo é apenas o Rodo… Ruim é considerar que “não passa no vestibular quem não se esforça”… Eis aí o que chamo de classe méRdia! E com aquele cinismo no discurso: dinheiro pra rico é investimento; pra pobre, é esmola e populismo.
Pois bem. Lamento quando vejo pessoas que fazem parte das classes populares reproduzindo esse discurso cínico. Que pena! Insisto que ninguém precisa ser chavista para reconhecer os avanços sociais do governo Chávez. Da mesma forma que ninguém precisa apoiar totalmente o Fidel Castro… Sim, um breve resmungo sobre as falas de apoio e de repúdio à visita da blogueira Yoani Sánchez em terras tupiniquins… De todo modo, a mídia hegemônica está perdendo tempo sem esses analistas que, no lugar de problematizarem as coisas, fazem chacota com tudo o que tem relação com as classes populares: sindicatos (“máfia”), movimentos sociais (“baderneiros”), cotas raciais (“discriminação do branco”), funk (“lixo”)…
Hoje, estive no perfil do twitter do Chávez e li seu último tweet… Quando nos importamos com a valorização das comunidades indígenas e quilombolas, quando compreendemos que a luta latino-americana contra o imperialismo estadunidense não é discurso anacrônico e panfletário da esquerda, quando lutamos pelo acesso de toda sociedade à terra (reforma agrária versus bancada ruralista) e aos serviços públicos de saúde, educação, transporte, saneamento (…) não podemos deixar de considerar que isso só é feito quando se luta em favor das classes populares.
Longe de ter uma alma pós-moderna (cuma?), continuo admirando os que lutam pelas causas (ditas) perdidas. Não totemizo o Hugo Chávez. Foi um homem com acertos e erros. Abre parêntesis. Aproveito para lembrar que você e eu, caríssimo leitor e caríssima leitora, ainda somos ambivalentes assim também: com acertos e erros. Fecha parêntesis. Porém, jamais o demonizarei. Jamais! 
E a luta por uma sociedade justa e solidária não morre… Hugo Chávez: PRESENTE!
Mais do que a influência da graduação em Ciências Sociais, creio no Jesus Libertador e faço de suas as minhas palavras para este momento (no idioma do companheiro Chávez):
“Bienaventurados los que tienen hambre y sed de justicia: porque ellos serán hartos.” (Mateus 5:6)
 P.S: Engana-se quem acha que esse papo de Chávez não tem nada a ver com São Gonçalo, Rio de Janeiro, Brasil… Os discursos dizem muito o que pensamos sobre política pública. E o que (não) fazemos também.

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